Kober's delusions

Uma válvula de escape para o dia-a-dia. Idéias, legendas e eficácia gramatical. Bom, bem coisa de louco mesmo.

sábado, junho 03, 2006

Ressignifcações e Expansões

é interessante como as coisas têm a possibilidade de ressignificação... o que era verdade ontem pode simplesmente passar a seu oposto, ou perder um pouco do sentido básico que portava no passado. mas acho que estou falando de dois processos diferentes. ressignificar parece diferente de expandir sentidos... se eu ressignifico alguém, obviamente, não necessariamente vou ao outro extremo e atribuo a essa pessoa o sentimento oposto ao que eu sentia, mas simplesmente adiciono um sentido que se afasta, claramente mas não talvez totalmente, do sentido básico. acho que é aqui que entra o conceito de deslize de sentido, do qual falei no outro post. quando eu expando o sentido, porém, eu não falo de extremos, nem sequer me refiro a deslizes de sentido: eu simplesmente atribuo coisas novas a um significado já inerente à pessoa. e eu acho que nós vivemos ora expandindo os sentidos das pessoas, ora ressignificando as pessoas de acordo com as situações que nós mesmos vivemos ou que nos são impostas. eu, particularmente, inconstante em quase tudo que sinto e que faço, ressiginifico tudo semanalmente. talvez isso não seja tão louvável quanto pareça, pois pode até mostrar um fundo de mudança aleatória que certamente vai de encontro à constante que o mundo às vezes nos exige. mas eu faço expansões, certamente, e com esse critério eu não me preocupo tanto. creio ser bom expandir; creio que a expansão abra formas novas de verem-se as coisas do próprio mundo, o que faz a expansão um processo quase natural nas pessoas. se eu ressignifico, a origem do processo pode ser diferente, ou seja, posso fazê-lo por condicionamentos bons ou ruins... se eu expando, faço-o como decorrência, geralmente, de boas ações, pois, se as ações que me impulsionam fossem ruins, eu ressignificaria ao oposto o sentido de determinada pessoa. se é bom, porém, eu simplesmente expando. e assim construímos as identidades alheias dos outros para nós: se alguém é a junção de toda a natureza ao seu redor (quem pensa que é, quem os outros pensam que é, as informações que recebeu durante toda a vida para ser, as instruções de não ser, enfim...), cabe a mim criar a matriz dos traços expandidos da pessoa, não? claro, é aqui o momento em que podemos ser o dono do mundo, inventando personalidades, carências, sobras... e ser o dono do mundo apetece a muita gente - a quase todos. se não o somos pelas vias naturais - 'dono do mundo', sem expansões e sem ressignificações - , podemo-lo ser assim, ilusória e utopicamente. ressignifiquemos, amigos! expandamos os sentidos! eu pelo menos continuarei assim... afinal, sou apenas constante na inconstância.